Arsênico e Bactérias
“Imagine um planeta com uma atmosfera de oxigênio em falta, a sua paisagem salpicada de crateras vulcânicas, oceanos cáustica, e bacias de água salgada. No entanto, surpreendentemente, os oceanos e salmouras fervilham com a vida, embora muito diferente de nossos próprios microrganismos que respiram arsênio. Essa descrição pode descrever a Terra durante o começo do éon Arqueano”
Microorganismos diversos metabolizam ambas as formas orgânicas e inorgânicas de arsênio, e suas atividades são parte de um ciclo biogeoquímico bastante robusto. As pesquisas sobre a metabolização de arsênio, principalmente, como as bactérias usam arsenato como aceptor final de elétrons, acabaram por revelar todo uma nova ecologia bioquímica nas quais forma descobertas novas vias respiratórias e fotossintéticas.
O arsênio é um composto metalóides dos mais conhecidos, principalmente, como um veneno tanto na vida como na ficção. Entretanto, apesar de bastante venenoso para a maioria dos seres vivos – especialmente as formas trivalentes [As(III)] – faz parte do metabolismo de muitos organismos. Sua toxicidade depende tanto da sua forma química, quer seja ela orgânica ou inorgânica, quanto de seu estado de oxidação. O arsênio ocorre em quatro estados de oxidação, arsenato [As (V)], arsenito [As (III)], elementar [As(0)], e arsenieto [As (-III)], sendo que o As(V) e As(III) são as mais formas abundantes na natureza, exibindo alta solubilidade em água, com H2AsO4 e HAsO4,tipicamente encontradas em ambientes oxidados, enquanto H3AsO3 e H2AsO3são mais típicas de ambientes anóxicos.